quinta-feira, 10 de janeiro de 2008

GPS I

UM POUCO DE HISTORIA


Qualquer navegador digno desse nome, consegue calcular a latitude em que se encontra:
  1. pela duração do dia;
  2. pela altura do Sol no horizonte;
  3. ou guiando-se pelas estrelas do firmamento.

O navegador Cristóvão Colombo percorreu uma linha recta através do oceano Atlântico quando <> na sua viagem de 1492. A técnica empregada tê‑lo-ia sem dúvida levado às Índias, caso as Américas não se tivessem atravessado no seu caminho.


Em comparação, a medição do meridiano de longitude é regulada pelo tempo. Para se saber a que longitude se está do mar, é necessário ter conhecimento da hora a bordo e também da hora no porto de saída ou qualquer outro local de longitude conhecida – exactamente no mesmo momento. As duas horas possibilitam ao navegador, converter a diferença de horários, numa separação geográfica. Como a Terra leva 24 horas a completar uma revolução de 360 graus, uma hora equivale a 1/24 da revolução, ou seja 15 graus. Assim, cada hora de diferença entre o navio e o ponto de partida marca o progresso de 15 graus de longitude do leste para oeste. A cada dia no mar, sempre que o navegador reajusta o relógio de bordo ao meio-dia local – quando o Sol alcança o zénite – e então consulta o relógio do porto de saída, cada hora de discrepância equivale a 15 graus de longitude.

Esses 15 graus de longitude correspondem à distância percorrida. No Equador, onde a circunferência da terra é maior, 15 graus estendem-se por 1609 km. A norte ou a sul dessa linha, porém, o valor da quilometragem para cada grau diminui. Um grau de longitude equivale a quatro minutos de hora em todo o mundo; porém, quanto à distância, um grau que equivale a 109,4 km no equador equivale praticamente a nada nos pólos.

O conhecimento preciso da hora, simultaneamente em dois locais diferentes ‑ um pré-requisito da longitude de tão fácil acesso nos dias de hoje, bastando para isso um par de relógios de pulso baratos ‑ era completamente inacessível na era dos relógios de pêndulo, pois estes atrasavam-se ou adiantavam-se, ou simplesmente paravam de funcionar. As mudanças normais de temperatura que ocorrem de um país de clima frio para uma zona tropical, fluidificavam ou engrossavam o óleo lubrificante do relógio, fazendo com que os seus componentes de metal se expandissem ou contraíssem com resultados desastrosos. A subida ou a descida de pressão barométrica, ou as variações subtis na gravidade da Terra de uma latitude para outra, podiam também acarretar ganho ou perda de tempo.

Devido à inexistência de um método prático para determinar a longitude, todos os grandes capitães da Era das Explorações se perderam no mar, apesar de se encontrarem munidos dos melhores mapas e bússolas disponíveis na época. De Vasco da Gama a Vasco Núñez de Balboa, de Fernando de Magalhães a Sir Francis Drake – todos acabaram por chegar aos seus destinos com a ajuda de forças atribuídas à boa sorte ou à graça de Deus.

(Transcrição do livro: “Longitude, A verdadeira história de um génio solitário que resolveu o maior problema científico do seu tempo”; Autor: Dava Sobel; Editora: Temas e debates)

Sem comentários: